Kero ke me tokem a gaita
Pensamentos desordenados numa sociedade desordenadamente ordenada
Sunday, January 18, 2009
Trabalhar para aquecer
"A meu ver, o principal problema, meu e de muitos portugueses, que não permite poupar, é a fragilidade dos salários, que não dão nem para meros imprevistos.

No meu caso, antecipei a presente crise, tomando medidas, farto de estar quase nos quarenta e trabalhar para aquecer.

Passei o 2007 a eliminar os cartões de crédito, e a desabituar-me de tocar na conta ordenado. Consegui.

Passei o 2008 a amortizar parcialmente empréstimos (só tenho de habitação, 2 , o do terreno e o da contrução), tentando chegar a um ponto em que as prestações não representassem mais de 50% do ordenado na minha mulher. Consegui.

Porém, o carro, está com 8 anos..

Mudei hábitos, sendo que o ano passado as ferias foram mais curtas, e passados em casa emprestada no Algarve, a custo Zero.

Neste preciso momento (sábado) os filhos estão em actividades gratuitas (futebol/música), e andam na escola pública.

Não tenho TV Cabo, nem pena.

A Internet o telefone e tarifários Yorn Pwer SMS e Mais SMS são dos mais baratos. Temos cada um (4 pessoas) um telemóvel nokia a preto e branco dos mais baratos, velhos e esfolados, acho que os miúdos já têm vergonha deles, tenho de lhe os substituir.

O gás até baixou, acabo de trocar a garrafa (grande) e custou 72, quando há 2 meses a outra tinha custado 81.

Procuramos ligar apenas o ar e os aquecimentos à noite – durante o dia aquecemos com as limpezas da casa- e abrimos as janelas para o sol aquecer.

Ao fim de semana o almoço é nos sogros. A de caminho trouxe 16 garrafões de àgua da fonte.

Aproveitamos os saldos, e no meu caso concreto, só compro umas calças de anos a anos quando a mulher se zanga a sério comigo. E mesmo os filhos, que gostam bastante de roupa, são comedidos nesse aspecto. A mulher o ponto fraco são os sapatos, que é uns todas as semanas, mas não se pode ter tudo.

Porque não consigo juntar nada de dinheiro que se veja?

Porque os salários são relativamente baixos.
Não há receita para a poupança, quando não se ganha aí, sei lá, no mínimo uns 5.000 eur/casal. Tudo o que for abaixo disso é apenas para sobreviver.

Bastou entupir um cano e chamar o canalizador, lá se vão os 200 eur de Janeiro. Ou o seguro e revisão do carro- Fevereiro. Um casamento duma prima-Março. O acerto da EDP – Abril. Umas chuteiras novas para o moço –Maio. Um passeio de fim de semana a Lisboa, Freeport, etc- Junho. Etc, ETc, Basta soprar uma leve brisa a ficamos, imediatamente, «lizos».
Estou farto. "

texto retirado caixa comentarios jornal expresso
posted by Patinhas @ Sunday, January 18, 2009  
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